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Place of presence and action

  • Identifier:
    11955
    Descripcion:
    OFM/PSC Paróquia Franciscana São José
    Type of presence:
    Place: Taquari, RS
    Initial date:
    1933
    Final date:
    1966
    Notes about this place of presence/action:
    Taquari é uma das paróquias mais antigas do Rio Grande do Sul. O primeiro vigário foi empossado em 1765.

    O Comissariado da Santa Cruz aceitou tomar conta desta paróquia no início de 1933. Já existia presença franciscana na cidade, visto que lá se localizava o Seminário Seráfico do Comissariado, inaugurado em 1931.

    Frei Isidro Botega, vigário em Taquari de setembro de 1947 até janeiro de 1952, nos conta em uma crônica da Revista Santa Cruz de 1949, um pouco da história e do contexto social e religioso da paróquia.

    Em 23 de abril de 1933, Frei Hilário Broekhuyse foi empossado como primeiro vigário franciscano desta paróquia. Em Taquari fez-se benquisto do povo pelos grandes melhoramentos na igreja matriz. Construiu uma capela batismal ao lado oposto à torre. Reformou os altares laterais.

    A 8 de dezembro do mesmo ano foi fundada a Pia União das Filhas de Maria.

    Em 6 de outubro de 1937, Frei Hilário recebeu um cooperador para ajudá-lo, na pessoa de Frei Metelo Geeve. Até essa data era auxiliado pelos padres do seminário, principalmente por Frei Cândido Vroomans e Frei Francisco Stienen. Frei Metelo conquistou a simpatia do povo do interior, principalmente na costa do arroio Capivara, onde de colher na mão trabalhou na construção da capela de Nossa Senhora de Lourdes (1938). Trabalhou também na construção da capela de São João Batista, terminada em 1940.

    Em setembro de 1940, o Frei Hilário foi transferido para Pelotas. O novo vigário, Frei Quiriano Jacobs tomou posse em 29 de setembro, mas chefiou a paróquia por pouco tempo.

    Seu sucessor foi Frei Levino Pothof, que assumiu em 3 de junho de 1941.

    Em 19 de novembro de 1942 chegaram em Taquari as Irmãs do Imaculado Coração de Maria. Estas Irmãs tencionavam construir um grande amparo de crianças abandonadas. Só em agosto de 1948 pôde ser inaugurado o 1º pavilhão provisório com 25 meninas.

    Por iniciativa dum grupo de senhoras e senhores de nossa sociedade, com o auxílio do governo, iniciou-se a construção dum hospital. Este ficou pronto em 3 de outubro de 1943 e foi confiado às Irmãs do Imaculado Coração de Maria.

    Os cooperadores de Frei Levino foram Frei Orêncio Vogels e Frei Lauro de Koning, que muito contribuíram para melhorar a situação religiosa do interior, dando catecismo nas escolas e fazendo pregações em casas particulares.

    A 9 de janeiro de 1944 tomou posse da paróquia o Frei Acário van den Heuvel.

    Por falta de padres, o Frei Acário teve de ficar sozinho na paróquia. Como auxiliar foi designado Frei Isidro Botega, diretor espiritual do Seminário Seráfico. O vigário percorria o interior da paróquia ensinando catecismo nas escolas. O grupo escolar da cidade e as escolas dos arredores ficaram ao cargo do auxiliar.

    Em 21 de janeiro de 1945 tomou posse como vigário o Frei Rogato Hoogma.

    O principal cuidado de Frei Rogato foi melhorar a residência do vigário. A velha casa canônica era descômoda, quartos com diversas portas, desiguais, salas mal colocadas. Devidamente autorizado pela Cúria iniciou no fim de 1946 a construção da nova casa, num terreno doado à igreja, na praça da matriz. Chegou a cobrir a nova casa e a rebocar os dois quartos da frente.

    Em julho de 1947 o Frei Rogato foi à Europa visitar os pais e irmãos, sendo então removido de Taquari. Seu sucessor foi designado na pessoa de Frei Isidro Botega, que achou a casa canônica em estado lamentável.

    A queixa que os antigos visitadores apostólicos sempre repetiam, pode-se repetir também ainda no nosso tempo. A ignorância religiosa é tremenda. E é por isto que o nosso povo é vítima das muitas seitas modernas. Muitos dizem que é um castigo de Deus. Maus padres, fiéis cheios de maldade. Anos atrás houve missões; o povo pouco ligou. Sempre há novenas com pregações e instrução religiosa: poucos atendem a voz dos sinos. Nos dias de festa a igreja se enche de povo: mas é farol de tradição. São poucos os que vão à igreja para aprender; e menos ainda os que pensam praticar os ensinamentos destes dias.

    E o resultado é o que diz São Paulo em uma de suas epístolas: (II Tim 4,3) Quem foge da verdade entrega-se a qualquer asneira. Assim se explica que uma grande parte de nossa gente caiu nas garras do espiritismo. O povo atrasado gosta de ser enganado por práticas misteriosas. E as sessões espiritistas são misteriosas, deixam boquiabertos os ignorantes.

    Além disso, os espíritas têm aqui verdadeiras almas de apóstolos que abandonam seus trabalhos e seus lucros materiais; visitam os doentes, famílias enlutadas e mães pobres. Dão-lhes presentes, remédios ou os convidam às suas sessões para falar com os parentes falecidos. O repique dos nossos sinos serve de sinal para as suas reuniões, para os seus catecismos, onde as crianças aprendem costuras, bordados, crochê, leitura, etc. Assim estas pessoas nunca podem ir à missa ou ao catecismo na igreja.

    Esta gente tem seus agentes também espalhados pelo interior. O povo doente procura o misterioso. E os charlatães espiritistas dão suas consultas, rezando alguma reza forte com benzedura, invocando a proteção de algum santo, dizendo que a fé faz milagres... Às vezes até aconselham o paciente a que se confesse e comungue...

    Além do espiritismo trabalham entre nós com cego fanatismo diversas seitas americanas, principalmente a Assembleia de Deus. Seu cavalo de batalha é a campanha contra a bebedeira, bailes e divertimentos. Sua vida é chorar; assim mesmo os crentes devem-se convencer que estão alegres. Para isto devem exclamar a todo momento: aleluia!. Em geral são fanáticos com quem não se pode conversar. Mas sabem falar e por isto sempre acham algum discípulo para as suas reuniões noturnas. E lá cantam, gritam, berram. De repente faz-se silêncio, tocam algum instrumento. Um inventa que recebeu os dons do Espírito Santo e põe-se a falar. Depois começam todos a chorar e em altas vozes confessam seus pecados a Deus...

    Temos também os luteranos, tíbios, pacatos, indiferentes. Estão por matrimônios mistos muito misturados com os católicos. E esta situação grandemente favorece o indiferentismo religioso em nossa paróquia. A vida luterana é muito mais fácil que a vida católica. Basta dizer que eles têm missa só uma vez por mês; vai quem quer!

    Por ocasião de batizados, muitos padrinhos não querem dar ao padre a espórtula e por isto vão ao padre protestante. Ele faz o serviço por menos. É que cada batizado lá pode ter mais padrinhos, que dão o que querem. Sempre há uns dez ou doze padrinhos. E ninguém dá menos que Cr$5,00. Mas 5 são sempre menos que 15 cruzeiros...

    Esta lamentável situação só desaparecerá devagar. Passarão talvez gerações. O povo não vem à igreja, deve-se inventar outro meio de contato. O único remédio é o catecismo nas escolas. Aliás, todos os vigários dos últimos tempos estão convencidos disto. E parece que o resultado é perceptível.

    Temos na paróquia de Taquari 4 grupos escolares, 5 escolas isoladas estaduais e 25 escolas municipais. Algumas professoras são espíritas ou protestantes. A maioria, contudo é católica.

    Na cidade e arredores as escolas recebem visita semanal do padre. Há também algumas professoras que ensinam catecismo. As municipais sabem pouco de religião. Quase todas cumprem a ordem da orientadora de dar meia hora de catecismo por semana. E ficam alegres quando o padre comparece para explicar o que lêm no pequeno catecismo. É de lamentar que as visitas não podem ser frequentes. As escolas são 34, as distâncias são grandes, e o vigário só tem um cavalo. Entretanto a maior dificuldade é sempre a falta de cooperação dos pais. Muitos destes pensam que religião consiste em dar de quando em quando 20 centavos de esmola e dizer que são religiosos.

    Entre as associações, o maior número é do apostolado da oração. As zeladoras, em número de dezenove, percorrem todos os meses as ruas da cidade, distribuindo os bilhetes mensais às suas 300 zeladas. Mas muitas vezes devem-se queixar que suas caminhadas são exteriormente pouco ou mal compensadas. Quantas delas vão à missa aos domingos? Quantas delas fazem a páscoa? Quantas delas cuidam da educação dos filhos e têm elas filhos? Ah, as famílias sem filhos em Taquari... que coisa triste!

    Para os homens temos a Conferência de São Vicente. Frei Levino deu-lhe nova vida. Mas lá vieram as eleições políticas. Os homens se dividiram e a nossa conferência ficou desfalcada. Poucos são os vicentinos assíduos.

    Como é desejo do Papa e dos bispos, temos também a Ação Católica.

    Esperamos que sejam o fermento que há de levedar esta massa...

    Frei Isidro Botega

    Taquari, 24/11/1948

    De 1947 a 1952, Frei Isidro contou com a ajuda de Frei Gustavo Driessen como coadjutor.

    Em janeiro de 1952, o Definitório Provincial nomeou um novo vigário, Frei Quiriano Jacobs, que ficou à frente da paróquia até julho de 1953. Como coadjutor nomeou Frei Raimundo Braun, este ficou na paróquia até janeiro de 1955.

    O Capítulo Provincial de julho de1953 trocou novamente o vigário de Taquari e nomeou Frei Rogério Yedema.

    Com a saída de Frei Raimundo, em janeiro de 1955, foi nomeado Frei Ernesto Jungblut como coadjutor. Frei Ernesto atuou na paróquia até janeiro de 1957.

    Em fevereiro de 1956, o Capítulo Provincial nomeou para vigário da paróquia São José, em Taquari o Frei Lucas Corbellini.

    Em abril de 1957, foi nomeado Frei Antônio Kooijman para coadjutor provisório, que trabalhou na paróquia até julho do mesmo ano. Em seu lugar foi nomeado Frei Roque Ruschel

    O Capítulo Provincial de 1962 trouxe nova troca de vigários. Com a saída de Frei Lucas, agora foi nomeado Frei Cristiano Teunissen. Frei Roque continua como coadjutor.

    Em abril de 1963, com a transferência de Frei Cristiano, Frei Roque assume como vigário a paróquia São José.

    Em março de 1966, com a criação da Custódia de São Francisco de Assis, no Rio Grande do Sul, a paróquia de São José em Taquari foi entregue aos cuidados pastorais dos frades gaúchos.

    Fontes: Arquivo Provincial

    Revista Santa Cruz

    1949 - págs. 12-16

    1952 - pág. 3

    1953 - pág. 115

    1955 - pág. 2

    1956 - pág. 8

    1957 - págs. 43, 82

    1962 - pág. 10

    1963 - pág. 46

    1966 - pág. 30.

Configurações Institucionais relacionadas
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SATLER, Fabiano Aguilar. OFM/PSC Paróquia Franciscana São José. International Network of Franciscan Studies in Brazil. Available in: http://riefbr.net.br/en/content/ofmpsc-paroquia-franciscana-sao-jose-0. Accessed on: 19/01/2025.