Em 1947 o Colégio São José viu-se na eminência de perder a liderança que ocupava entre os jovens. É que havia sido fundado um outro colégio na cidade - totalmente imbuído do espírito laical. Assim num documento lavrado por D. José de Haas em 20/02/1947 o bispo conclui que tendo em vista a impossibilidade da Mitra continuar na direção do Colégio, a direção do mesmo devia ser confiada a uma ordem religiosa.
Desta maneira, Frei Letâncio - nomeado diretor - juntamente com os Freis Osório da Silva Santos e Leobino começaram o trabalho no Colégio.
Este gesto do Sr. Bispo desagradou profundamente as personalidades da cidade nos conta Frei Letâncio em suas memórias. Ele continua dizendo que além das dificuldades provenientes do reconhecimento do ginásio pelo governo, registro dos professores, extorsões do Sr. Fiscal, atritos com professores desconfiados, indenizações, etc. tiveram de enfrentar um clima de sabotagem, de obstrução silenciosa, de inimigos ocultos, que não se deixavam apanhar. Foram anos difíceis.
Em novembro de 1950 a Província Santa Cruz, adquiriu o prédio pela quantia de Cr$300.000,00 (antigos) a serem pagos parceladamente.
Sucederam a Frei Letâncio na direção do colégio: Frei Eugeniano, Frei Valério, Frei André Grings, Frei Beno e Frei Conrado.
Novas alas e uma piscina foram construídas sob a direção do Frei Eugeniano, Valério e Conrado.
Uma história de altos e baixos
Segundo um professor leigo do colégio, a história do São José, teria três fases:
A primeira - fase da afirmação e do apogeu que se estenderia do inicio até dois anos após o fechamento do internato - fato que se registrou em 1965.
Desentendimentos internos teriam provocado dois ou três anos de decadência.
Ultimamente o Colégio está reerguendo-se.
Neste ano, funcionando em dois turnos, o colégio conta com 950 alunos, distribuídos em 23 turmas. O corpo docente é composto de cinco freis (Conrado, Valério, Júlio, Matias e Berardo) e os demais, leigos.
À noite, o prédio é utilizado pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Teófilo Otoni, que mantém os cursos de Filosofia, Letras, Pedagogia e Matemática.
Em 1980 os Franciscanos se retiram do Ginásio São José. (Livro Nossas Paróquias Mineiras, p.10)
Por Frei José Belisário da Silva
Fonte: Revista SPI 1972, nº 3, p.16 - 17.