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Rápida correu pela Província a notícia do assassinato de Frei Policarpo Schuhen, ocorrido na casa paroquial de União da Vitória, Estado do Paraná, na madrugada do dia 22 de agosto de 1939. Natural de Recklinghausen, Alemanha, nasceu Frei Policarpo Schuhen no dia 17 de outubro de 1873, filho do casal João Schuhen e Cristina Holschmann. Freqüentou o ginásio de sua cidade natal e, aos 8 anos, em 20 de setembro de 1891, ingressou na milícia franciscana no convento de Harreveld, Holanda. Terminados os estudos preparatórios à vida sacerdotal, foi ordenado presbítero na catedral de Paderborn, Alemanha, em 23 de maio de 1899. Ardoroso e atento aos chamados de Deus, o novel sacerdote, no mesmo ano, optou pela missão brasileira, chegando à Bahia em 20 de julho de 1899. Esteve primeiro em Pernambuco, onde participou de um grupo de missionários que faziam tentativas de aproximação aos índios, para uma eventual catequese. De lá foi transferido para Petrópolis, RJ; Curitiba, PR; Blumenau, SC. Em Rodeio, SC, esteve de 1911 a 1917 e em 1915 lançou os fundamentos da Congregação das beneméritas Irmãs Catequistas franciscanas, nas pessoas de Amábile e Maria Avosani e Linduína Venturi, para darem assistência religiosa e estudo a juventude, nas muitas e dispersas escolas e capelas da paróquia. Em 29 de abril de 1911, anarquistas infensos à religião católica, efetuaram um atentado contra a vida de Frei Policarpo e Frei Modestino Oechterino, na capela de Rio dos Cedros, SC. Estavam eles ali, preparando um grupo de crianças para a primeira eucaristia. Na véspera da solenidade, pernoitando na pequena residência de madeira, uma bomba de dinamite explodiu sob a casa. Com a força da explosão ambos foram atirados até o teto, ficando milagrosamente ilesos, enquanto a casa foi totalmente destruída. De Rodeio, em 1917, foi transferido para Santo Amaro do Cubatão, hoje Santo Amaro da Imperatriz, SC, retornando a Rodeio em janeiro de 1920. Exerceu o cargo de guardião e pároco até 1926, quando foi enviado a Não-Me-Toque, RS. Ali permaneceu seis anos, indo de lá para União da vitória, no Paraná, onde estava dando andamento à restauração da igreja matriz e da casa paroquial. Teve fim trágico. Ladrões, supondo que Frei Policarpo, como vigário, estivesse com o dinheiro da festa da igreja e de donativos, invadiram a residência pela 1:30 da manhã, no dia 22 de agosto de 1939. Acordado pelo ruído, levantou-se para ver a causa, mas no mesmo instante caiu alvejado pela bala assassina que lhe perfurou os intestinos, encravando-se na espinha dorsal. A vida de Frei Policarpo corria perigo, pois, o ferimento era gravíssimo. Levado de caminhão para o hospital de Porto União, SC, não foi possível operá-lo. Faleceu ainda na madrugada do dia 22 de agosto de 1939, entre orações e demonstrações de profunda confiança em Deus e de perdão ao assassino. O enterro realizou-se no mesmo dia às 17 horas, participando praticamente toda a população das duas cidades irmãs, cerca de mais de duas mil pessoas. Testemunhas oculares afirmaram ter o assassino (Arlindo Celestino dos Santos, como tal conhecido mais tarde), não só acompanhado o enterro, mas até ajudado a carregar o caixão. Identificado e preso posteriormente, foi o assassino condenado à prisão perpétua, pena cumprida na penitenciária de Florianópolis, SC.

Fonte: JEILER, Inácio. Confrades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, falecidos nos primeiros 50 anos da restauração (1891-1941). São Paulo: Província Franciscana Imaculada Conceição, 1990, p. 223.