Lente, europeu. No século se chamava Manuel Moreira de Miranda, natural e batizado na freguesia de São Lourenço de Asmes, bispado do Porto. Filho legítimo de Francisco Moreira de Sá e de sua mulher Luísa de Miranda, ambos naturais e batizados na sobredita freguesia. Foi aceito à Ordem pelo Ministro Provincial Fr. Manuel de São Roque. Tomou o hábito para frade do coro no Convento de São Boaventura de Macacu, sendo guardião Fr. José dos Serafins Amorim, aos 13 de julho de 1752. Professou no mesmo convento sendo guardião Fr. Tomás dos Serafins, aos 15 de julho de 1753. Foi admitido ao estudo de filosofia no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, pelo Ministro Provincial Fr. Arcângelo de Santo Antônio de Sá, sendo mestre Fr. Francisco de Santa Teresa. Foi ordenado sacerdote no Rio de Janeiro, com patente do Ministro Provincial Fr. Francisco da Purificação (1757-1761). Conferiu-lhe as Ordens D. Fr. Antônio do Desterro, OSB, bispo da mesma cidade. Na congregação intermédia de 24 de julho de 1762 foi nomeado passante para o estudo de filosofia no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro. Nesta mesma congregação saiu eleito pregador e confessor de seculares. Elegeram-no lente de teologia na congregação intermédia de 27 de julho de 1765. No capítulo de 27 de janeiro de 1770 foi eleito guardião do Convento de São Francisco, de Vitória. Na congregação intermédia de 27 de julho de 1771 saiu nomeado Comissário de Terceiros do Convento de Macacu, sendo confirmado nesse emprego e convento na congregação de 30 de julho de 1774. Este religioso muitos anos padeceu várias moléstias, das quais ficou quase de todo surdo. Depois foi acometido de tantos escrúpulos, ilusões e de uma tristeza tão profunda, que causava compaixão. Julga-se que estes foram es motivos por que no dia 21 de julho de 1783, no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, se tirou a si próprio a vida, pois das duas para as três horas da tarde o foram achar em uma das latrinas morto com um baraço no pescoço. Por resolução dos mestres do convento e por sentença do definitório, atendendo a regulada vida que sempre teve e principalmente nestes últimos anos, se sepultou em sagrado no dia 22 e se lhe fizeram os sufrágios a 23 do dito mês e ano. Está sepultado na quadra onde se enterram os religiosos que falecem no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 777.