Ex-Leitor, Europeu. No século se chamava José Nunes Cardozo, natural e batizado na freguesia de São João Batista da vila da Praia. Filho legítimo de José Cardozo, natural e batizado na sobredita freguesia e de sua mulher Maria Joaquina, natural e batizada na freguesia de Fontebastarda (Fonte do Bastardo?), todos da Ilha Terceira, bispado de Angra (Açores). Foi aceito à Ordem pelo Ministro Provincial Fr. João de São Francisco Mendonça (1802-1805). Tomou o hábito no convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, aos 22 de outubro de 1803, sendo guardião Fr. Fernando Antônio de Santa Rita. Fez profissão para frade do coro no mesmo convento e mãos do sobredito guardião, aos 23 de outubro de 1804, sendo de idade de 22 anos e tomando por nome Fr. José de São João Crisóstomo, que pelo prelado lhe foi confirmado. Na congregação intermédia de 11 de abril de 1807 foi admitido ao estudo, sendo Lente Fr. Antônio do Bom Despacho. Com patente do Ministro Provincial Fr. Joaquim das Santas Virgens Salazar (1805-1808), foi ordenado sacerdote a 28 de outubro de 1807. Conferiu-lhe todas as Ordens o Exmo. Sr. Dom Vicente Alexandre Touvar, bispo de Titópolis e Preado de Goiás, passando pelo Rio de Janeiro, em Sé vacante. No capítulo celebrado aos 8 de outubro de 1808 foi instituído confessor de seculares. Foi eleito pregador no capítulo celebrado a 12 de outubro de 1811. Na congregação intermédia de 24 de abril de 1813 saiu eleito passante para o novo estudo de filosofia no convento de São Francisco de São Paulo. No ano de 1814 serviu de presidente in capite do convento de Santo Antônio em Santos. Na congregação intermédia de 20 de abril de 1816, elegeram-no Lente de Completas para o mesmo estudo, no convento de São Paulo. No capítulo celebrado a 18 de outubro de 1818 foi eleito em Mestre de Noviços, por serem bem conhecidas suas boas qualidades, que fazem honra à Religião e edificam os povos. Em 1821, por patente do Visitador Geral Fr. Francisco de São Carlos foi presidente in capite em um dos conventos da Capitania do Espírito Santo. No capítulo celebrado a 20 de outubro de 1821 foi eleito guardião do convento de São Francisco da vila da Vitória. Elegeram-no guardião do convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro na congregação intermédia de 26 de abril de 1823. Aos 12 de julho de 1824 foi declarado Visitador Geral e Presidente do capítulo. Em 12 de fevereiro de 1825 o Corpo Capitular o dispensou da obrigação de fazer hebdômadas e lhe concedeu os privilégios de uma guardiania, além das que fez. Na congregação intermédia de 5 de agosto de 1826 foi eleito Lente de Filosofia para o convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro. No capítulo celebrado a 9 de agosto de 1828 saiu eleito guardião do convento de São Francisco de São Paulo, porém, sendo tomado aquele convento por ordem do Governo e havendo renunciado o guardião do convento de São Boaventura da vila de Macacu Fr. Manuel da Conceição, foi eleito guardião do dito convento, aos 12 de setembro de 1828. Renunciou este emprego, deixando-se ficar em São Paulo na qualidade de confessor das freiras do convento da Luz, nomeado pelo Exmo. Sr. Dom Manuel Joaquim Gonçalves de Andrade, bispo da dita cidade. A li faleceu aos 9 de julho de 1855. Jaz sepultado no convento da Luz.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 1308.
