Pregador, ex-definidor, europeu. No século se chamava João de São Francisco de Paula, nasceu a 24 de janeiro de 1767, natural e batizado na freguesia de São Martinho de Lordelo do Ouro, bispado do Porto. Filho legítimo de Antônio Francisco da Silva e de sua mulher Ana de Jesus Maria. Foi aceito à Ordem pelo Ministro Provincial Fr. José dos Anjos Passos (1781-1784). Tomou o hábito no Convento de Santo Antônio de Vai de Piedade (Porto), aos 16 de junho de 1782, sendo guardião daquele convento Fr. André de Vila Nova. Veio principiar o noviciado no Convento de São Boaventura de Macacu, a 19 de setembro de 1782, sendo guardião o Pregador Fr. Inácio da Anunciação. O mesmo Ministro Provincial Fr. José dos Anjos Passos o professou no sobredito Convento de Macacu, sendo guardião o referido Fr. Inácio da Anunciação, aos 21 de setembro de 1783. Entrou no estudo de filosofia a 4 de julho de 1785, sendo Ministro Provincial Fr. Fernando de São José Menezes (1784-1787) e professor o Ex-Leitor de Prima Fr. Bernardino de Sena. Com patente do Ministro Provincial Fr. José do Desterro (1787-1790), foi ordenado Sacerdote no Rio de Janeiro a 29 de maio de 1790. Conferiu-lhe as Ordens o Exmo. Sr. Dom José Joaquim Justiniano Mascarenhas Castelo Branco (1774-1805). No capítulo celebrado a 28 de agosto de 1790 foi instituído pregador. Saiu eleito confessor de seculares no capítulo celebrado a 31 de agosto de 1793. Na congregação intermédia de 24 de março de 1798 elegeram-no companheiro do porteiro do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro. Entretanto, renunciou este emprego e foi servir de capelão no lazareto (leprosário) de São Cristóvão, RJ. Na congregação intermédia de 28 de março de 1801 foi eleito presidente do Convento de São Bernardino da Ilha Grande (Angra dos Reis), onde exercitou o emprego de presidente por ordem do Ministro Provincial Fr. Antônio de São Bernardo Monção (1799-1802), desde o dia 1º de outubro de 1800 até o dia 4 de novembro de 1801, dia em que principiou a ser Mestre de Noviços no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro até o capítulo celebrado a 2 de outubro de 1802. Foi eleito presidente in capite do convento da Senhora do Amparo da vila de São Sebastião. No capítulo celebrado a 5 de outubro de 1805 elegeram-no guardião do Convento de São Bernardino da Ilha Grande (Angra dos Reis). Na congregação intermédia de 11 de abril de 1807 saiu eleito presidente e Mestre de Noviços para o convento do Senhor Bom Jesus da Ilha. No capítulo celebrado aos 8 de outubro de 1808 saiu eleito guardião do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, mas fez troca com o guardião eleito paia o Convento de Senhor Bom Jesus da Ilha, Fr. Teotônio de Nossa Senhora da Guia, e neste convento ficou exercendo o ofício, sendo confirmado nesta guardiania na congregação intermédia de 14 de abril de 1810. No capítulo celebrado a 12 de outubro de 1811 foi eleito Definidor da Mesa. Pela renúncia do Ex-Leitor Fr. José de Santa Miquelina foi eleito guardião do Convento de Nossa Senhora do Amparo de São Sebastião. Havendo acabado na congregação intermédia de 20 de abril de 1816 o seu emprego de guardião, e recolhendo-se ao Rio de Janeiro em uma embarcação inglesa, morreu no mar em frente de São Sebastião, atacado com mais violência pela mesma enfermidade, da qual já do Convento de São Sebastião saíra gravemente molesto. Pouco antes de embarcar se havia confessado e ainda, de bordo, enquanto a sobredita embarcação esteve ali surta, mandou o seu confessor para se reconciliar, como quem talvez pressentisse ser chegado o termo de seus dias. Sua morte ocorreu a 28 de maio de 1816.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 1098.