Irmão leigo. Era natural das Ilhas, da nobre geração dos Espínolas que, vindo de Gênova (Itália), se radicaram na Ilha da Madeira. Professou no Convento de Nossa Senhora das Neves de Olinda, a 12 de março de 1606. Foi designado para ser um dos fundadores do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, onde chegou a 20 de fevereiro de 1607. Trabalhou muito na construção do recolhimento provisório como do convento definitivo. Ia algumas vezes pelo rio Casserebu e seus distritos, 12 léguas da cidade, às esmolas de madeira para o novo convento. Persuadiu os poucos moradores daquela região fizessem uma ermida a Santo Antônio, a que deu origem à povoação e freguesia de Santo Antônio de Sá. Ele mesmo se obrigou a buscar e pedir as alfaias necessárias. Disse ainda que ali havia de levantar-se mais tarde um bom convento, o que se realizou pela fundação do Convento de São Boaventura de Macacu. Em 1613 assistia ainda no Convento do Rio de Janeiro. Era porteiro. De lá foi mudado para o Pernambuco. Foi preso pelos holandeses e com os mais religiosos desterrados para as Índias de Castela, indo ter à cidade de Cartagena (Colômbia). Passou às Canárias, de lá a Portugal e regressou para o Brasil. Sendo já velho e achacoso, tornou ao Rio de Janeiro. Foi ter a Casserebu, onde viu o Convento que havia prognosticado. Nele lhe sobreveio a doença que ia levá-lo à morte. Retirou-se para o Convento do Rio de Janeiro, onde fez o ditoso trânsito para a pátria celeste a 13 de julho (12 de junho?) de 1654, com fama de virtuoso, que na vida havia granjeado. Era homem de muita oração, pobre e penitente.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 046.
-----------------------
Na referência bibliográfica Livro de Óbitos da Província de Sto. Antônio - 1584-1957, de Fr. Menandro Rutten, tem a seguinte descrição:
Frade leigo, natural dos Açores. Talhador. Faleceu no Convento do Rio de Janeiro, no dia 13 de julho de 1654.
