Confessor, ex-definidor, europeu. No século se chamava Feliciano José Bandeira, natural e batizado na freguesia de São Martinho de Sabreu, bispado de Coimbra e hoje de Aveiro. Filho legítimo de João Marques Bandeira de Gouveia e de sua mulher Maria Josefa de Figueiredo Teixeira, ambos naturais e batizados na sobredita freguesia de São Martinho de Sabreu. Foi aceito à Ordem pelo Ministro Provincial Fr. José dos Anjos Passos (1781-1784). Tomou o hábito no Convento de São Boaventura de Macacu, aos 7 de março de 1783, sendo guardião o Pregador Fr. Inácio da Anunciação. Com este prelado e no mesmo convento professou, tendo 25 para 27 anos de idade, aos 8 de março de 1784. Com patente do Ministro Provincial Fr. Fernando de São José Menezes (1784-1787) recebeu em Têmporas, Ordens, sendo conferida a de Presbítero a 23 de dezembro de 1786 pelo Exmo. Sr. bispo do Rio de Janeiro Dom José Joaquim Justiniano Mascarenhas Castelo Branco (1774-1805), como todas as demais. Foi mudado para o Convento de Nossa Senhora do Amparo da vila de São Sebastião. Neste convento cometeu o atentado de dar uma facada em um mulato escravo do mesmo convento na presença e cela do prelado. Mas atendidas várias circunstâncias que precederam a este fato e ao patrocínio do Exmo. Bispo de São Paulo o Senhor Dom Fr. Manuel da Ressurreição (+ 1789), de quem se valeu, houve por bem o Definitório não proceder à sentença. Somente foi mudado para o Convento de São Luís de Itu, suspenso de ordens e recluso até o Ministro Provincial julgasse estar castigado. Exerceu louvavelmente o ofício de enfermeiro-mor no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro. No capítulo celebrado a 31 de agosto de 1793 foi instituído confessor de seculares e nomeado presidente do Convento de São Boaventura de Macacu. Entretanto, renunciou este emprego e foi mudado para o Convento de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém. Saiu por porteiro deste mesmo convento na congregação intermédia de 28 de fevereiro de 1795, sendo reeleito para este mesmo ofício e convento no capítulo celebrado a 24 de setembro de 1796. Para este mesmo convento foi eleito presidente na congregação intermédia de 24 de março de 1798 sendo reeleito no capítulo celebrado a 28 de setembro de 1799. Não teve exercício por andar à esmola de Viamão, RS. Chegando com ela nas vésperas da congregação intermédia de 28 de março de 1801, aí foi eleito presidente do Convento de São Luís da vila de Itu. No capítulo celebrado a 2 de outubro de 1802 tornou a ser eleito presidente do Convento de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém. De 1803 a 1807 foi Capelão curado da Real Fazenda de Nossa Senhora da Conceição de Araçariguama, SP. Na congregação intermédia de 11 de abril de 1807, elegeram-no guardião do Convento de São Luís de Itu. Foi eleito guardião do convento da Senhora da Conceição de Itanhaém no capítulo celebrado a 12 de outubro de 1811. Na congregação intermédia de 24 de abril de 1813 saiu eleito guardião do convento da Senhora do Amparo da vila de São Sebastião. A 28 de novembro de 1814 foi condecorado com os privilégios de Ex-definidor em virtude de um Breve do Exmo. Sr. Núncio Apostólico. Nos fins do ano de 1814 foi enviado à Província de São Pedro do Sul, RS, como esmoler do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro. Percorreu muitas paróquias deste Estado sulino auxiliando os vigários e angariando donativos. A 5 de junho de 1823 foi nomeado vigário interino da freguesia de São José de Taquari, exercendo este ministério até fins de janeiro de 1824. Regressou do Rio Grande do Sul, afetado de paralisia no lado esquerdo, para a enfermaria do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, no mês de maio de 1826. Na mesma enfermaria se conservou em um estado valetudinário até o dia 27 de janeiro de 1827, em que morreu, atacado de inflamação pulmonar, tendo antes recebido muito devotamente todos os sacramentos. Jaz sepultado na quadra dos religiosos.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 1178.
