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Frei Boaventura Klemmer foi vitimado por uma infecção causada por bicho-de-pé, devido seu estado altamente diabético. Apesar de internado no hospital de Porto União, SC, o mal não pôde mais ser controlado. Faleceu piedosamente em 26 de março de 1941. Nasceu Frei Boaventura Klemmer em Kessenich, diocese de Colônia (Kõln), Alemanha, a 1 de abril de 1881. Na pia batismal recebeu o nome de Francisco, e sempre procurou pautar a vida, pelo exemplo de seu padroeiro. Foi também o que o levou a ingressar na Ordem Franciscana, em Warendorf, Alemanha, em 29 de agosto de 1901. Lá concluiu o noviciado e iniciou os estudos superiores. Todavia a vocação missionária o trouxe para o Brasil, em 4 de outubro de 1904. Em Blumenau, SC, Dom Duarte Leopoldo e Silva (1904-1907) conferiu-lhe as ordens sacras, inclusive o presbiterato, este, em 31 de janeiro de 1907. Seu apostolado sacerdotal foi quase todo ele dedicado à catequese e ao magistério. Os cinco primeiros anos, após a ordenação, passou-os em Blumenau, como professor do seminário menor. Em 1912, transferido para Florianópolis, SC, foi encarregado da escola paroquial e das missões populares. Ali passou três anos. Em seguida esteve em São José, SC. Seu destino seguinte foi Não-Me-Toque, RS, onde deu início a uma escola preparatória - um pré-seminário - onde acolhia os candidatos ao sacerdócio. Com muita razão achava que Blumenau e depois Rio Negro, PR, os seminários menores da Província, ficavam muito distante da casa paterna da meninada gaúcha. A inauguração deu-se em 15 de agosto de 1919, sendo ele nomeado o primeiro diretor. Lembramos confrades prematuramente falecidos que passaram por esta escola apostólica: Frei Albino Müller +1934 e Frei Flaviano Spohr +1934. Frei Boaventura permaneceu durante 10 anos à frente deste empreendimento. Em 1929 foi indicado para Curitiba, PR, como diretor do Colégio Bom Jesus, e lá esteve até 1934. Depois de ter passado rapidamente por São José, SC, como superior, fixou-se em São Paulo, no convento do Pari, onde se dedicou novamente à catequese, com muito proveito para a criançada. Sua última morada terrena foi Porto União, onde chegou em fevereiro de 1940. No mês de março do ano seguinte foi levado para a eternidade. Frei Boaventura era dotado de caráter alegre e jovial. Sabia contar anedotas, fatos interessantes, exemplos e comparações com as quais ilustrava e entremeava suas catequeses, retiros, palestras e sermões. Era por isso ouvido sempre com agrado. Tinha também o seu "hobby", que era o de amansar pássaros e outros animais. No tempo livre dedicava muitas horas a esta ocupação. Possuía grande habilidade manual. Fazia estatuetas e aproveitava objetos velhos e usados, transformando-os em coisas úteis ou vistosas. Dava-as de presente às crianças, ou serviam de prendas para leilões nas festas paroquiais ou escolares. Foi esta a caminhada que Frei Boaventura realizou no Reino de Deus, até que o Senhor o buscou no dia 26 de março de 1941, às 18:00 horas, em Porto União.

Fonte: JEILER, Inácio. Confrades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, falecidos nos primeiros 50 anos da restauração (1891-1941). São Paulo: Província Franciscana Imaculada Conceição, 1990, p. 237.