Pregador, ex-Ministro Provincial, europeu. No século se chamava José Martins Passos, natural e batizado na freguesia de São Mateus de Grimancelos, termo da vila de Barcelos, arcebispado de Braga. Filho legítimo de Francisco Martins dos Passos e de sua mulher Margarida Jorge. Foi aceito à Ordem pelo Ministro Provincial Fr. José do Nascimento. Tomou o hábito no Convento de Nossa Senhora dos Anjos de Cabo Frio, aos 14 de outubro de 1736, sendo guardião Fr. José das Neves. Professou no mesmo convento e com o mesmo prelado, aos 15 de outubro de 1737. Foi admitido ao estudo de filosofia no Convento de São Francisco, de São Paulo, no ano de 1738, sendo mestre Fr. Arcângelo de Santo Antônio Sá. Entretanto, como este foi chamado pelo Bispo Reformador Dom Fr. Antônio de Guadalupe, OFM, para ler no Convento do Senhor Bom Jesus da Ilha, continuou o estudo em São Paulo Fr. Cosme de Santo Antônio, que era passante de Fr. Arcângelo, e para isso lhe remeteu o dito Bispo patente de lente de filosofia. Foi ordenado sacerdote na cidade da Bahia, em 27 de dezembro de 1745, com patente do Ministro Provincial Fr. Antônio da Conceição Godinho. Conferiu-lhe as Ordens Dom José Botelho de Mattos, Arcebispo daquela cidade. Na congregação intermédia de 11 de fevereiro de 1747 saiu eleito pregador; e confessor de seculares no capítulo de 17 de agosto de 1748. Neste mesmo capítulo foi nomeado companheiro e coletor do cronista. Andou por missionário com Fr. João da Conceição pelo recôncavo da cidade do Rio de Janeiro, o tempo de um ano. Saiu eleito Comissário de Terceiros do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, no capítulo de 25 de setembro de 1751. Ficou confirmado no mesmo emprego e convento na congregação intermédia de 24 de março de 1753. No capítulo de 19 de outubro de 1754 foi eleito presidente e mestre de noviços para o Convento de São Boaventura de Macacu; ficou confirmado no mesmo convento e empregos na congregação intermédia de 24 de abril de 1756, bem como no capítulo de 22 de outubro de 1757. Na congregação intermédia de 21 de abril de 1759 foi nomeado presidente do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro. Elegeram-no guardião do Convento de São Francisco, de Vitória, no capítulo de 24 de janeiro de 1761. Para este mesmo convento saiu nomeado Comissário de Terceiros na congregação intermédia de 24 de julho de 1762. Entretanto, não teve exercício senão dois meses, porque veio para o Rio de Janeiro. No capítulo de 28 de janeiro de 1764 foi eleito outra vez em guardião do Convento de São Francisco, de Vitória, sendo confirmado no mesmo lugar e convento na congregação intermédia de 27 de julho de 1765. Saiu eleito Definidor da Mesa no capítulo de 24 de janeiro de 1767. Aos 9 de janeiro de 1773, por renúncia do visitador geral Fr. Manuel de Santa Maria Aguiar, causada da enfermidade de que faleceu, tornou posse de visitador geral e presidente do capítulo, o qual celebrado aos 30 do mesmo mês e ano. Foi nomeado Ministro Provincial por Breve do Núncio Apostólico de Portugal, passado a 20 de maio de 1781. Tomou posse da Província, aos 21 de agosto do mesmo ano e governou-a até o capítulo de 21 de agosto de 1784. A 23 de setembro de 1785 faleceu na enfermaria do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, depois de ter recebido os últimos sacramentos. Jaz na quadra dos religiosos.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 796.
