Pregador, europeu. No século se chamava Francisco José Morato, natural da cidade de Lisboa e batizado na freguesia de Nossa Senhora da Encarnação. Filho legítimo de José da Costa Morato, natural da cidade de Beja, e de sua mulher D. Isabel Maria das Neves, natural da cidade de Lisboa e batizada na freguesia de Nossa Senhora dos Mártires. Foi aceito à Ordem pelo Ministro Provincial Fr. Francisco da Purificação. Tomou o hábito no Convento de São Boaventura de Macacu aos 5 de janeiro de 1759, sendo guardião o Pregador Fr. José da Madre de Deus Rodrigues. Professou no mesmo convento, sendo guardião o Confessor Fr. José das Neves, aos 14 de janeiro de 1760. Com patente do Ministro Provincial Fr. Inácio da Graça (1764-1767), foi ordenado Sacerdote no Rio de Janeiro, a 25 de janeiro de 1766. Conferiu-lhe as Ordens o Exmo. Sr. Dom Fr. Antônio do Desterro, OSB (1745-1773) 5º bispo da dita cidade. Por mandato do Ministro Provincial Fr. José dos Anjos (1767-1770) entrou no estudo de filosofia no Convento de São Francisco de São Paulo, sendo Mestre o Ex-Leitor de Teologia Fr. Bernardino de Sena. Entretanto, por ordem do Ministro Provincial Fr. Inácio de Santa Rita Quintanilha (1770-1773) veio a ter a teologia no convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro. No capítulo celebrado a 27 de janeiro de 1770 saiu nomeado presidente do Convento de São Francisco de São Paulo. Porém, não teve exercício por ser colegial. Foi nomeado pregador na congregação intermédia do Ministro Provincial Fr. Cosme de Santo Antônio (1773-1777) em 30 de julho de 1774. Este mesmo Ministro o nomeou passante extraordinário para o estudo de filosofia no Convento de São Francisco de São Paulo, mas quase nenhum exercício teve. Na congregação intermédia de 8 de maio de 1779 foi eleito confessor de seculares. Em 1781 estava de Capelão na Real Fazenda de Nossa Senhora da Conceição de Araçariguama, SP. Sendo mandado recolher-se, ausentou-se da Província. Por especial faculdade do Papa Pio VI foi absolvido da apostasia pelo Exmo. Sr. Dom Fr. Cipriano de São José, bispo de Mariana, e recolheu-se ao Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, em 14 de março de 1800. No capítulo celebrado a 2 de outubro de 1802 foi eleito missionário dos índios. Logo depois recebeu do Padre Provincial uma patente de Mestre da língua brasiliana, na qual havia feito grandes progressos, visitando algumas Aldeias para se aperfeiçoar mais pela consulta e prática que teve com os índios mais velhos. Infelizmente não vingaram os bons desejos do Provincial empenhado no estabelecimento destas novas aulas. No capítulo celebrado a 15 de outubro de 1814, pela renúncia do Pregador Fr. Francisco de Santa Gertrudes, foi eleito guardião do Convento de São Bernardino da Ilha Grande (Angra dos Reis, RJ), cujo emprego também renunciou. Tendo 66 anos, 2 meses e 6 dias de hábito faleceu por efeitos daquela sua antiga enfermidade do peito na enfermaria do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, munido com todos os sacramentos, aos 11 de março de 1825.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 1158.
