Irmão leigo, cronista da Província. Europeu, natural de Lisboa, freguesia de Nossa Senhora do Mártires, onde nasceu a 23 de julho de 1692. De seus parentes menciona um sobrinho: o licenciado Jerônimo José Alvares, médico do partido de S. Majestade. Segundo o Elenco foi em companhia de seus pais que veio para o Brasil. Segundo a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, ainda não tinha 13 anos. Foi aceito à Ordem pelo Ministro Provincial Fr. Serafino de Santa Rosa. Tomou o hábito no Convento de São Francisco, de São Paulo, a 3 de setembro de 1711. Professou para frade irmão leigo. Foi morador no Convento de Santo Antônio, do Rio Janeiro, onde exerceu, em algum tempo, o ofício de porteiro. Em 1724 segundo o Elenco, foi a Lisboa como procurador da Província. Tendo regressado ao Brasil foi designado em 1735 (5 de abril) como companheiro do procurador geral em Lisboa e para servir ao definidor geral Fr. Fernando de Santo Antônio. Em 1736 obteve licença do Ministro Geral Fr. João Bermejo de ficar em Portugal e terminar as suas obras literárias. Foi chamado de volta para a Província pelo Ministro Provincial Fr. Lucas de São Francisco (1738 a 1742), transferência que não se efetuou. No capítulo geral de 1740 celebrado em Valladolid (Espanha) foi distinguido com o título honroso de cronista da Província. Conservou-se até à morte no hospício de Nossa Senhora da Conceição, em Lisboa, a serviço dos procuradores da Província, ocupando-se ao mesmo tempo na elaboração de seus livros. No conceito de contemporâneos era perfeitíssimo filho de São Francisco: obediente estava pronto para obedecer ao Ministro Provincial que o chamava de volta para o Brasil, não obstante a licença obtida pelo Ministro Geral, e desinteressado: fazia imprimir seus livros com esmolas de benfeitores e encaminhava o que resultava da venda dos livros pelas mãos do síndico para a Província. Faleceu vítima do terremoto de Lisboa, 1º de novembro de 1755. Escreveu as seguintes obras (em ordem alfabética e com os títulos barrocos abreviados): 1. Academia de Donatos, Lisboa, 1755. — 2. Claustro Franciscano ereto no Domínio da Coroa portuguesa, Lisboa, 1740. — 3. Demonstração Histórica da Paróquia Nossa Senhora dos Martyres, Lisboa, 1750. — 4. Doze Instruções, Lisboa, 1710. — 5. Eco Sonoro, Lisboa, 1748 (2ª edição Petrópolis, Vozes, 1929). — 6. Epítome (1730, manuscrito), editado por Fr. Gentil Titton OFM, em RHIGB, vol. 229, p. 68-165. — 7. Excelências do SS. Nome de Maria (manuscrito). — 8. Flor Peregrina, Lisboa, 1744. — 9. Guia de Acólitos (manuscrito). — 10. Novena de S. Benedito, Lisboa, 1752. — 11. Novenário, 1716 (manuscrito). — 12. Pequenos na Terra, Grandes no Céu, 5 partes, Lisboa, 1732, 1735, 1738, 1744, 1754, 6ª parte manuscrita. — 13. Primazia Seráfica na regiam da América, Lisboa, 1733. — 14. Recordações, 1736 (manuscrito) — 15. Séculos da Religião Seráfica, Lisboa, 1736. — 16. Viagem devota (traduzido do italiano e espanhol), Lisboa, 1737. Fazem apreciação de sua atividade literária (em ordem cronológica): Fr. João de N. Senhora, OFM, cronista da Província dos Algarves, na aprovação do Claustro Franciscano, 1739 (3 de setembro): sai em defesa de Fr. Apolinário menos bem visto por causa de seus livros. Diogo Barbosa Machado, no Parecer da 4ª parte de Pequenos na Terra, Grandes no Céu, em 1743 (4 de dezembro), e na Bibliotheca Lusitana, tomo 1, p. 430s, tomo IV, p. 63. — Inocêncio Francisco da Silva, em Diccionario Bibliographico Portuguez, tomo 1, p. 300s. — Fortunato de Almeida: História da Igreja em Portugal, tomo 111, parte 2, p. 363s. — Fr. Fernando Félix Lopes, OFM, em Verbo, Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, tomo II, col. 765.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 440.
