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Franciscan

  • Identifier:
    10295
    Name:
    Fr. Antônio de Santa Úrsula Rodovalho, OFM
    Sex:
    Date of admission:
    31/10/1761
    Date of death:
    02/12/1817
    Ecclesiastical state:
    Biographical Notes:

    Ex-Leitor, pregador Régio, ex-Ministro Provincial, Bispo eleito de Angola (África), brasiliense. No século se chamava Antônio de Mello Freitas. Filho legítimo de Timóteo Correia de Toledo, e de sua mulher Ursula Isabel de Mello (+ 1º de janeiro de 1752), todos naturais e batizados na freguesia de São Francisco das Chagas da vila de Taubaté, bispado de São Paulo. Foi aceito à Ordem pelo Ministro Provincial Fr. Manuel da Encarnação (1761-1764). Tomou o hábito no Convento de Santa Clara de Taubaté. Por ordem do sobredito Ministro Provincial foi para o Convento de N. P. São Francisco da cidade de São Paulo, onde chegou aos 31 de outubro de 1761. Neste dia principiou o noviciado, sendo guardião o Ex-Leitor de Prima Fr. Inácio de Santa Teresa Mariano. Com este prelado e no mesmo Convento de São Paulo professou no dia 19 de novembro de 1762, tomando por nome Fr. Antônio de Santa Ursula Rodovalho. Com patente do Ministro Provincial Fr. José dos Anjos (1767-1770), foi ordenado Sacerdote no Rio de Janeiro a 10 de dezembro de 1768. Conferiu-lhe as Ordens o Exmo. Sr. D. Fr. Antônio do Desterro, OSB (1745-1773), 6º bispo da dita cidade. Foi admitido ao estudo de filosofia no Convento de N. P. São Francisco de São Paulo pelo Ministro Provincial Fr. José dos Anjos, sendo lente Fr. Bernardino de Sena, Foi instituído confessor de seculares na congregação intermédia de 27 de julho de 1771. Elegeram-no pregador e juntamente passante para o estudo de filosofia no Convento de São Francisco de São Paulo, na congregação intermédia de 30 de julho de 1774. Na congregação intermédia de 8 de maio de 1779 foi eleito lente de vésperas, para o estudo de teologia no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro. Na eleição capitular de 6 de outubro de 1781 saiu eleito lente de filosofia para o estudo no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro. No capítulo celebrado a 21 de agosto de 1784 foi eleito lente de prima para o mesmo estudo do Convento de Santo Antônio do Rio; juntamente foi designado para trabalhar na reforma das Leis Municipais (Estatutos da Província). Completa a leitura da prima, a instâncias do Exmo. Sr. D. José Joaquim Justiniano Mascarenhas Castelo Branco (1774-1805), 7º bispo do Rio de Janeiro, foi ensinar filosofia no Seminário de São José. Para esta Leitura lhe foi concedida a patente de Lente de filosofia na congregação intermédia de 28 de fevereiro de 1789. Pela vontade do dito bispo diocesano conservou-se no Seminário de São José até fevereiro de 1801, ensinando com assaz utilidade: retórica, filosofia, geografia, cosmologia e história natural. Na congregação intermédia de 7 de abril de 1804 foi eleito guardião do Convento de N. P. São Francisco de São Paulo, e Regente dos estudos. Saiu eleito Custódio da Mesa no capítulo celebrado a 5 de outubro de 1805. Completo o custodiato, foi eleito Ministro Provincial, no capítulo celebrado aos 8 de outubro de 1808. Sua eleição foi geralmente aplaudida na nova Corte do Rio de Janeiro, à qual em pouco tempo se fez o dito Padre conhecido e recomendado por suas letras e virtudes. Sua Alteza Real o Príncipe Regente (D. João VI), que mostrou aprovar muito sua eleição para o Provincialado, o havia já constituído Pregador de sua Capela Real, sem o saber nem o buscar, e Examinador da Mesa da Consciência e Ordens; tendo ele exercitado desde a primeira cadeira de teologia o ministério de Examinador Sinodal. No dia 25 de abril de 1810, dia dos anos da Princesa do Brasil D. Carlota, foi nomeado Bispo de Angola (África). No dia 31 de janeiro de 1811 renunciou ao Provincialado. Fez também demissão da dignidade de Bispo em 1811. Por uma provisão do Desembargo do Paço, expedida em 13 de outubro de 1811 foi nomeado Censor Régio. Depois de uma carreira tão brilhante e distinta com as maiores demonstrações de honra, quando ele trabalhava em oferecer à Religião Crista um grande escudo contra a filosofia (iluminismo) na tradução de uma volumosa obra italiana, caiu em uma total inanição, talvez em consequência do seu excessivo trabalhar em anos já avançados. Foi levado à enfermaria do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, onde, apesar de todos os empenhos, acabou os seus dias a 2 de dezembro de 1817, deixando em lágrimas a Província, que nele perdia a sua luz que ainda reflete com muito brilho naqueles que honram as cadeiras do Magistério e aparecem com grande aplauso no Púlpito. Igual sentimento mostrou o Clero da Corte, que havia recebido suas instruções nos diversos ramos das ciências e das artes no longo espaço, em que ensinou no Seminário Episcopal. Sua morte foi a última lição de suas virtudes, que ele nos deixou. Recebeu todos os Sacramentos e jaz enterrado na quadra, em que se sepultam os religiosos. Não receio lançar estas flores sobre o seu túmulo: a posteridade conhecerá que entre nós floresceram grandes homens, sabendo que o Mestre Rodovalho pertenceu à nossa família. Notas: Fr. Antônio de Santa Úrsula Rodovalho era sobrinho paterno de Fr. Simão de Jesus, e tio materno de Fr. José de Santa Ângela. Seu pai Timóteo Correia de Toledo, ficando viúvo, foi ordenado Sacerdote. Em 1777 ainda em Taubaté, sendo de idade de 74 anos: decrépito e já não serve para coisa alguma. Dois irmãos de Fr. Rodovalho pertenciam ao clero secular: o Pe. Carlos Corrêa de Toledo e Mello, em 1789 vigário colado da freguesia de Santo Antônio da Vila de São José (Tiradentes, MG), bispado de Mariana, e o Pe. Bento Cortês de Toledo, mais tarde vigário colado da freguesia de Taubaté. Dois irmãos envolveram-se na Inconfidência Mineira: o referido Pe. Carlos Corrêa de Toledo e Mello (+ degredado em Lisboa, em 1803) e Luiz Vaz de Toledo Piza, sargento-mor da Cavalaria Auxiliar da vila de São João del-Rei (+ degredado em Cambambe, Angola). Os produtos literários de Fr. Rodovalho não foram impressos, a não ser um ou outro sermão, como: Oração fúnebre à memória do Marques do Lavradio, nas exéquias que lhe consagraram os cidadãos da cidade do Rio de Janeiro, Lisboa, 1791, 24 ps in 4; e Oração em ação de graças que, pelo feliz e augusto natalício da sereníssima Senhora D. Maria Thereza, Princesa da Beira, recitou na Cathedral do Rio de Janeiro, a 19 de novembro de 1793, Frei Antônio de Santa Úrsula Rodovalho, a qual offereceu à mesma Senhora, no ano de 1809. Rio de Janeiro, 1809, 22 ps. in 4. Em um dos corredores do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro existe um bom retrato a óleo de Fr. Rodovalho, executado pelo artista italiano Tironi em 1800.

    Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 1103.

how to quote this content
ELLEBRACHT, Sebastião. Fr. Antônio de Santa Úrsula Rodovalho, OFM. International Network of Franciscan Studies in Brazil. Available in: http://riefbr.net.br/en/content/fr-antonio-santa-ursula-rodovalho-ofm. Accessed on: 31/01/2025.